- Este blog pertence à Comunidade São José (Centro), de Santa Cruz do Sul (RS). Pretende, a partir de hoje, 22 de julho de 2016, ao se completarem sessenta anos da Missa de Inauguração, promover o conhecimento da história da Comunidade. Renovamos o nosso compromisso com a vida das pessoas e com a missão de ajudar na construção do reino de Deus e na salvação das almas. Que a Virgem Santíssima, nossa boa Mãe, e seu santo esposo, São José, nosso padroeiro e Patrono de toda a Igreja, nos amparem com ricas bênçãos em nossa missão.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

UM REGISTRO HISTÓRICO... O LIVRO TOMBO...

- Setembro de 1978 -
Padre Chico (Francisco Hochscheidt) ladeado pelo casal
Maria Adelaide e Gilberto Carlos Hohgraefe,
este o 'padrinho' da pedra fundamental

do novo prédio da Igreja São José

Assim registrou o Pe. Francisco Hochscheidt em 18 de março de 1979:

“Passamos a abrir o presente Livro do Tombo de n. 01 da Comunidade São José. De imediato transcrevemos o histórico da Comunidade, desde a aquisição dos terrenos até a data da inauguração da Cripta da nova Igreja São José, ocorrida no domingo, dia 18 de março de 1979, véspera da Festa do Padroeiro. Para a partir daí, nele registrarmos os acontecimentos mais marcantes da Comunidade.

“Histórico da Comunidade São José.

“Em 1951, sendo vigário da paróquia São João Batista o Padre Felipe Sauer, de saudosa memória, foram adquiridos os terrenos n. 3, 4, 5, 6, 7 e 8, num total de 3,392  m², escriturados aos 20.04.51, num valor de Cr$ 48.000,00 (quarenta e oito mil cruzeiros). No ano de 1952 foi adquirido mais o terreno n. 9, com 689 m², no valor de Cr$ 14.000,00 (quatorze mil cruzeiros), escriturado no dia 07.02.52.

“Com a aquisição desta área de 4.081m², estava dado o primeiro passo para uma nova comunidade.

“Aos 09.11.55, Dom Vicente Scherer, arcebispo de Porto Alegre, no termo da Visita Pastoral, se expressava:

“ ‘A cura de almas exige em Santa Cruz do Sul a divisão da cidade em mais paróquias. O lugar indicado para a primeira a ser criada parece-nos o amplo terreno que a Igreja possuiu à rua São José.
“ ‘Autorizamos e encarregamos o Sr. Pároco a tomar providências iniciais para essa futura ereção, promovendo no lugar a construção de uma capela’.

“Em cumprimento do desejo e determinação de Dom Vicente Scherer, Arcebispo de Porto Alegre, aos 17 dias do mês de abril de 1956, sendo vigário da paróquia o Padre Afonso Knecht, de saudosa memória, foi dado início à construção da Capela São José. A planta foi da autoria de Hélio Schilling e esposa, tendo a mesma custado Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros). A responsabilidade técnica, na execução da mesma, coube a Germano Müller.

“Aos 22 dias do mês de julho de 1956, com grande frequência de fiéis foi celebrada a missa de inauguração pelo vigário Pe. Afonso Knecht, da paróquia São João Batista, da qual faz parte a Igreja São José. Foi sem dúvida uma construção rapidíssima e para isto o sempre generoso povo de Santa Cruz colaborou em tudo.

“A nova comunidade São José começava agora a ensaiar os seus primeiros passos e era religiosamente assistida pelos padres da paróquia São João Batista, até fins de 1956 sob a coordenação do Pároco, Padre Afonso Knecht, e a partir de 1957, até fins de 1959, sob a coordenação do Pároco Padre Olmiro Allgayer.

“Aos 15 de novembro de 1959 toma posse o 1.° Bispo da nova Diocese de Santa Cruz do Sul. A partir desta data, até fins de 1961, a comunidade foi atendida pelo cônego Wunibaldo Backes, o primeiro cura da Catedral.

“No ano de 1962, foi a vez do Padre Benno Deimling, como cura da Catedral, atender também a Comunidade São José.

“A partir de 1963 até fins de 1966, o Padre Orlando Francisco Pretto se esmerou dando um atendimento especial para a Comunidade. Foi a partir desta época que a Comunidade São José começou a ter um atendimento especial. Apesar de continuar jurisdicionada à Catedral, aos poucos ela começa a caminhar, poderíamos dizer, como quase Paróquia.

“Padre Emílio Backes, no ano de 1967, deixou seu nome inscrito naquela Comunidade florescente.

“Nos anos de 1968 até fins de 1970, a comunidade foi atendida pelo cônego Wunibaldo Backes, que, inclusive, em 1970, lá passou a residir. Já em 1971 o Padre Silvério Schneiders atendeu a Comunidade, para em 1972 a mesma ser atendida pelo Padre Ílfio José Theisen, de saudosa memória. Em 1973 foi a vez do Pe. Walmor Vicente Ely e a partir de 1974 o Padre Francisco Hochscheidt está atendendo a comunidade, como Presbítero responsável pela mesma.

“A comunidade São José, que surgiu humilde como é humilde o seu Padroeiro, ano para ano vai progredindo, cultivando e amadurecendo as sementes da Palavra de Deus lançadas nas terras férteis dos corações humanos daquela localidade. Assim chegamos ao dia 30 de outubro de 1976, exatamente 20 anos após a criação da Comunidade, dia certamente inesquecível. O primeiro filho da comunidade chega ao sacerdócio: José Inácio Straatmann é ordenado Padre. Sinal evidente de crescimento espiritual da Comunidade São José. Foi este sem dúvida, até hoje, o dia mais feliz para a mesma.

“1977 surge como um ano de novos planos e novas ideias. O plano de construção de uma nova Igreja, totalmente de material e mais ampla, começa a amadurecer. Após várias reuniões da Diretoria, o plano foi aprovado e, a 1.° de agosto, foram comprados os primeiros tijolos. Aos 29 de outubro toma possa a nova Diretoria, cuja prioridade de ação é iniciar a construção da nova Igreja. Presidente: Romeu Hermes; Vice-Presidente: Benício Werner; Secretário: Antônio Gonçalves; 2.° Secretário: Mário Wink; Tesoureiro: Afonso Eick; 2.° Tesoureiro: Darci Klafke.

“Em sua primeira reunião, no dia 04 de novembro, a Diretoria estudou o projeto de construção elaborado pelo Padre Francisco e escolheu o Engenheiro responsável: Carlos Augusto Gerhard foi o escolhido e a quem foi entregue o projeto para a elaboração definitiva da planta.

“Numa nova reunião da Diretoria, no dia 15 de dezembro de 1977, foi lançada a campanha pró-construção, na forma de contribuição especial por mês.

“1978, um novo ano. Novos estudos, novos esforços. Aos quatro dias do mês de maio, em reunião da Diretoria, é aprovada a Planta e são abertas as tomadas de preço para mão-de-obra, saindo vencedora a firma Emobra F. K. Comércio e Construções Ltda.

“A Planta aprovada e os projetos prontos. Aos 04 de setembro as obras têm início. A Igreja é demolida, as estacas começam a ser batidas. Nos dias 6 e 7 de outubro, uma potente máquina da Prefeitura Municipal, cedida gratuitamente, ronca; e 15 caçambas particulares retiram 150 caçambas de terra.

“Aos 24 de outubro de 1978, é sentada a 1ª pedra. A obra começa a aparecer. Assim foram sentadas sucessivamente 1.900 pedras grés, todas elas trabalhadas. Trabalho este que levou 45 dias devido às constantes chuvas. A seguir, foi executado o madeiramento para a 1ª parte da chapa da cripta. Chapa esta com 400 m², que foi concretada nos dias 21 e 22 de dezembro de 1978. As obras não param. Blocos são fundidos. Os ferros preparados. A primeira parte da chapa é descascada e a segunda parte armada para nos dias 25 e 26 de janeiro receber a concretagem, tendo esta 275 m². Começa então a preparação do terreno para o contrapiso e drenagem do mesmo. E a obra continua. Embora num ritmo mais lento, devido aos recursos financeiros. A festa do Padroeiro se aproxima. A cripta, num total de 475 m² será inaugurada e a Pedra Angular lançada.

“São 9 horas do dia 18 de março de 1979. Dom Alberto Etges, Bispo Diocesano de Santa Cruz do Sul, celebra a missa de inauguração da cripta da Igreja São José, missa esta concelebrada pelo Padre Francisco Hochscheidt, presbítero pela mesma. No fim da mesma é lançada solenemente e oficialmente, a Pedra Angular, seguindo-se durante o dia festejos populares.

“Santa Cruz do Sul, 18 de março de 1979”.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

OS PRIMÓRDIOS

Os primórdios da Comunidade São José ligam-se aos anos de 1951 e 1952, quando ocorreram as aquisições de terrenos junto à viúva Emma Hauth, áreas que integravam o rol de bens deixados pelo falecido Carlos Henrique Hauth.

Em 20 de abril de 1951, a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre, à qual então pertencíamos, representada por seu procurador, o Pe. Felippe Sauer, adquiriu a primeira área, de 3.392,00 m², pela importância de “quarenta e oito mil cruzeiros”.

Eram seis terrenos, identificados como de números 3, 4, 5, 6, 7 e 8. O primeiro terreno, número 3, com frente para a rua São José, tendo 13 metros de largura e 64 metros de frente a fundos; o segundo, número 4, localizado na confluência das ruas São José e Capitão Fernando Tatsch; e os demais, números 5, 6, 7 e 8, entestando com a rua Capitão Fernando Tatsch. Os terrenos 4, 6, 7 e 8 possuíam, cada qual, 13 metros de largura e 40 metros de comprimento. Já o terreno número 5 possuía 12 metros de largura e 40 metros de frente a fundos.

Posteriormente, em 7 de fevereiro de 1952, o mesmo procurador, Pe. Felippe, adquiriu uma segunda área, de 689 m², desta vez pela importância de “quatorze mil cruzeiros”. Tratou-se do terreno número 9, com ponto de acesso pela rua Capitão Fernando Tatsch, de 13 metros de largura e 40 metros de frente a fundos, e parte dos fundos do terreno número 14 (13 metros de largura e 13 metros de comprimento), situada no prolongamento daquele terreno número 9.

Totalizada, assim, uma área de 4.081m².

- Antiga planta dos terrenos adquiridos -

Em 1955, o Arcebispo de Porto Alegre, D. Vicente Scherer, vindo à Santa Cruz do Sul, no Termo de Visita Pastoral assim se expressou: "A cura de almas exige em Santa Cruz do Sul a divisão da cidade em mais paróquias. O lugar indicado para a primeira a ser criada parece-nos o amplo terreno que a Igreja possui à rua São José. Autorizamos e encarregamos o senhor Pároco a tomar as providências iniciais para essa futura ereção, promovendo no lugar a construção de uma capela".

- Dom Alfredo Vicente Scherer -
* 5.Dezembro.1903, em Bom Princípio (RS)
+ 8.Março.1996, em Porto Alegre (RS)
Foi o terceiro Arcebispo de Porto Alegre, de 1947 a 1981

Depois, passou-se ao recolhimento de contribuições para essa edificação. Em livro registrado em 13 de julho de 1956 junto à Secretaria do Arcebispado de Porto Alegre, assentou-se, por exemplo, com data retroativa de 29 de janeiro daquele ano, o lançamento dos primeiros donativos, totalizando a soma de noventa e sete mil, oitocentos e sessenta e seis cruzeiros.

Em 17 de abril de 1956, iniciou-se a construção da Capela São José. A parte frontal do prédio foi edificada em alvenaria e o restante em madeira.

- Antiga capela São José -
Em 22 de julho do mesmo ano, houve a celebração da Missa de Inauguração, presidida pelo Pe. Afonso Knecht (SJ).

Mas essa já é outra história...